Olá! Daiany por aqui! Tudo bem com você?

Hoje vamos conversar sobre independência musical. 

Eu sempre falo sobre a importância de ganhar maturidade e independência musical para se ter um estudo musical realmente produtivo, que desenvolva o nosso talento musical. Mas você consegue me dizer se o seu aprendizado está realmente te dando essa independência? Quando você vai estudar uma música, por exemplo, você entende a lógica e os porquês do que acontece nela? Você consegue ter autonomia para se autocorrigir em casa, em cada dia de estudo ou fica dependente do professor te dizer se está correto? Aliás, você se sente seguro(a) para avaliar se a sua performance musical está caminhando corretamente?

Veja, independência musical é algo que precisamos buscar mesmo quando fazemos aulas, e temos um(a) professor(a) a nos orientar. Não se trata de algo que se aplica apenas à quem é autodidata não. Pelo contrário, ter independência significa que você está sendo preparado para em tempo oportuno, cortar o cordão umbilical  com o seu professor(a); para tocar melhor que ele(a) ou ao menos, tão bem quanto ele(a) – digo isso em termos de capacidade musical e não de competição musical; para ser capaz de ensinar a alguém o que você já sabe fazer; para ser capaz de se superar, e desenvolver práticas que você nem pensava em fazer, mas se vê precisando em determinado momento, como a improvisação, o arranjo musical, o tirar músicas de ouvido, o tocar em público, o fazer gravações, dentre outras. 

Acontece que precisamos refletir se o nosso estudo musical está nos preparando para isso. A independência é fruto do desenvolvimento da nossa habilidade musical, o que acontece gradativamente como resultado da busca pelo domínio da música de forma ampla, como uma linguagem, e não apenas no estudo focado no aprendizado técnico do instrumento. 

Caminhamos na música com pequenos e constantes progressos diários, nada vem de forma mágica ou da noite para o dia, mas a independência só vai surgir se houver direção do estudo musical para isso. Quando você passa por um aprendizado que te dá entendimento real da linguagem musical, você aprende de maneira muito mais sólida, investigativa e curiosa, o que desperta a sua capacidade e talento musical. Resumindo, você vai muito mais longe e não fica aquém do seu potencial. 

E por que eu insisto nisso? Porque você deveria aprender dessa maneira desde o começo da sua caminhada de aprendizado musical. Isso te economizaria tempo e muitas frustrações. É claro que se você já está no meio do processo, e seu aprendizado não foi assim, nada está perdido. Nunca é tarde para corrigirmos os nossos caminhos e alcançar todo nosso potencial. Não tenha dúvidas que você ainda pode desenvolver seu talento, independente da sua idade, inclusive. 

Pode ser que você esteja aí se perguntando agora: mas como eu faço para estudar desta forma?

Lembre-se sempre que o segredo de todo aprendizado é a constância, a disciplina e a curiosidade de ir além, de buscar mais. Ainda assim, cuidado com o atropelo e a ansiedade de querer aprender tudo logo, ou de querer fazer tudo do seu jeito. Acompanhe bons professores, bons modelos, siga as instruções deles, não “reinvente a roda”, não faça as coisas do seu jeito, porque você sentiu que é melhor. 

Aprenda a perguntar, a não guardar suas dúvidas para você. Questione mais. Valorize as aulas complementares à do seu instrumento. Às vezes você pode julgar que essas aulas são chatas – e às vezes podem estar sendo mesmo, especialmente se você está aprendendo apenas pelo prisma conceitual, sem ver a aplicação prática do que estão te ensinando. Mas é por isso que eu repito: questione mais. Busque sempre conectar cada aprendizado teórico e harmônico com a prática instrumental e musical. Lembre também que estudar música sem ativar seu ouvido musical é um contrassenso, mas muitos alunos vivem essa realidade. Você tem que ser sensibilizado para o som, para o ouvir, para a capacidade de perceber e identificar os parâmetros musicais, as notas, os ritmos, de ouvido. 

Vá além, aprofunde seu estudo sobre a música. E organize a sua rotina diária para que você possa dedicar um tempo tanto para a prática do instrumento, e do repertório técnico interpretativo nele, assim como para os estudos e aprofundamentos teóricos, harmônicos e perceptivos, que irão estimular e sensibilizar o seu ouvido musical. Somente assim o tempo passará e a maturidade musical aumentará. Somente assim você conseguirá de fato fazer música com segurança, de forma independente e o melhor de tudo, de forma musical – como deve ser!

Te encontro então em nossos próximos bate-papos. Espero que o papo de hoje tenha lhe sido agregador! Se cuide, bons estudos e até mais hein.