Olá, Daiany aqui! Como você está?
Bem, você já ouviu falar que para tocar melhor é preciso dominar diferentes aspectos na música, o que inclui também entender sobre as funções tonais – porque isso é uma extensão da compreensão sobre a tonalidade. Vamos falar um pouquinho mais sobre elas agora?
Dentro de uma música, são as funções tonais que trazem sensações de movimentação. Dois pontos centrais na tonalidade são as funções de tônica e dominante.
A tônica é a função dos acordes que traz “o repouso, o relaxamento e a calmaria”. A dominante é a função dos acordes que faz exatamente o contrário, traz “expectativa, tensão e preparação” para relaxar na tônica. Essas duas funções são opostas, mas se complementam, porque quase sempre, depois da dominante vem a tônica. A tônica é representada primordialmente numa música pelo primeiro acorde do campo harmônico da escala que a música foi baseada. E a função dominante é representada primordialmente pelo quinto acorde do campo harmônico. Porém, para o acorde dominante ter característica de dominante (ou seja, provocar a sensação de instabilidade e pedir o repouso na tônica), ele precisa ser um acorde maior e precisa também ter a sétima menor – isso porque esta configuração intervalar traz pra ele o trítono (que é um intervalo de 3 tons), e é este que causa toda a sensação de instabilidade deste acorde.
Talvez ao ler este texto você está começando a ficar assustado(a) ou confuso(a) com tantas informações, mas calma, não se desespere! Tudo à seu tempo! No meu canal Posso Tocar, no youtube, tem várias aulas que podem te ajudar a entender melhor sobre acordes, sobre escala, e eu vou deixar aqui o link de uma aula que eu sugiro, caso você queria aumentar o seu conhecimento sobre esses assuntos, porque para entender sobre as funções, que é o tema da nossa conversa de hoje, não tem como fugir, você precisa entender primeiro sobre a escala, os acordes, o campo harmônico, e então chegar nas funções harmônicas! Então, fica a dica aqui de uma aula introdutória – caso você precise.
Agora é o seguinte. Eu sempre digo isso, e posso estar mais uma vez sendo repetitiva, mas preciso dizer novamente. Todo nosso conhecimento teórico-musical não pode parar na fase do conhecimento, puro e abstrato. Tudo que a gente estuda na harmonia ou na teoria, tem que ajudar o nosso ouvido a criar referências internas sobre aquele entendimento. Ou seja, entender os princípios harmônicos das funções de tônica e dominante, no sentido de que uma prepara a outra, é fácil… você já entendeu. Mas seu ouvido não. Se você não treinar a percepção destas funções, se não se acostumar a reconhecer estas sensações nas músicas que você está tocando, de nada vai adiantar conhecer sobre elas.
E eu digo isso, porque o seu som e a sua interpretação daquela música em nada serão impactadas, você não vai tirar um som mais bonito, mais agradável, mais impactante, e até mesmo, mais “profissional”. Ou seja, não pare nunca no puro entendimento do conceito. É preciso vivenciar, colocar o corpo para criar memória auditiva interna daquele conceito… porque é isso que vai fazer você não tocar como um programa de edição de partituras. Você já viu os programas de edição de partitura executando uma partitura? Não tem nenhuma interpretação que nos arrepia. Porque falta a alma sonora.
Eu também fiz uma videoaula onde demonstro para você na prática sobre como conhecer e internalizar as funções influencia a nossa capacidade de interpretação. Eu coloquei a mão na massa e toquei uma música chamada Lua Branca (de Chiquinha Gonzaga). Se você quiser entender melhor, pode clicar nesse link que já será redirecionado para a aula e poderá assistir ao exemplo dado.
Por hoje é só, espero que você tenha gostado do que conversamos hoje e que agora você tenha um agradável momento de estudo e crescimento musical.
Até a próxima. Muita música para você!
