Olá, Daiany aqui!
Hoje estou escrevendo aqui para te ajudar a ampliar o seu conhecimento musical.
Veja, se há uma coisa que nos impede de ter liberdade e independência musical é a falta de compreensão da estrutura rítmica. Ela está na base de quase todas as habilidades musicais, quer seja na leitura, na escrita, na improvisação, na memorização, enfim, em muitas áreas musicais. Por isso é tão importante não só entender, mas dominar isso. E muitas vezes, a nossa imaturidade musical não nos deixa observar essa falta que temos. Por isso é preciso ter cuidado com a forma que estamos desenvolvendo nossa rítmica.
Qual o maior obstáculo, que nos trava na questão do ritmo na música?
Sabe qual é? Pois eu te digo, é ficar pensando no valor de duração das figuras musicais enquanto estamos lendo uma partitura. Isso até parece uma contradição, não é mesmo? No começo do nosso aprendizado, nos ensinam a pensar em um valor fixo das figuras, e a partir delas, nas suas derivações proporcionais.
Só que este tipo de pensamento rítmico é útil nessa fase, mas só funciona no início da aprendizagem da leitura musical. Os métodos e partituras para iniciação à leitura musical partem e funcionam muito bem com isso, porque quando somos iniciantes, tocamos músicas e figuras musicais mais lentas, então, essa é uma estratégia didática pedagógica para que possamos construir no nosso corpo a questão motora e técnica que está interligada com a leitura. Porém, quando damos um passo além, e avançamos na leitura, perceberemos que nas nossas músicas não aparecerão mais, com tanta exclusividade, essas figuras rítmicas mais lentas (como mínimas, semínimas e colcheias).
Por isso, quando estamos lendo música, precisamos guiar nosso rítmico por outro parâmetro. O nosso corpo precisa internalizar isso, não devemos apenas “aprender com o cérebro”. Nosso corpo precisa sentir o pulso da música, e toda música tem uma pulsação, e essa pulsação dá movimento e conduz e a música. No nosso processo de educação musical precisamos sentir o pulso. Se você passa a sentir o pulso, e proporcionalmente a preenchê-lo, você se torna capaz de ler tanto partituras simples como complexas.
Temos que sentir o pulso e preenchê-lo com 1 som, 2 sons, 3 sons, 4 sons, e etc… de forma equivalente e, de formas variadas internamente. Dessa maneira vamos ter independência de leitura em partituras fáceis e difíceis.
Isso significa treinar seu corpo para a organização e leitura rítmica em células, sentindo o pulso, e seu preenchimento, não simplesmente pela contagem de cada figura musical. Ou seja, não adianta ficar pensando se a nota vale 1, vale 0,5 ou vale 1/4 … não adianta nada disso na hora em que estamos a fazer a leitura musical. Até porque, se pararmos pra pensar nisso, travamos a leitura na hora.
Ou seja, precisamos nos acostumar a associar uma imagem, uma grafia escrita para cada distribuição de sons por pulso, porque é isso que vai despertar o automatismo da resposta motora necessária para converter um símbolo em um gesto sonoro.
E tem mais, na música estas imagens são variáveis – porque quando muda o compasso (ou melhor, o denominador da fórmula de compasso), a figura que deve ser utilizada para preencher a célula rítmica que traz uma certa divisão do pulso, muda junto. Por isso não podemos cristalizar que um pulso, é uma semínima por exemplo. Precisamos treinar a leitura musical por grupo de sons. Você precisa solfejar muito e começar a sentir a pulsação no seu corpo. Mas para isso é preciso ter 4 conceitos bem definidos:
- Divisão do pulso bem estabelecido,
- Relação de proporção entre as figuras (subdivisão),
- Compreender a lógica dos compassos (simples x compostos),
- Compreender o funcionamento das fórmulas de compasso, porque de acordo com a fórmula de compasso que estiver na partitura, você vai saber como compreender as células rítmicas.
Mas não se desespere, se você ainda não tem estes conceitos bem definidos, continue na sua caminhada de aprendizado, não passe a “carroça na frente dos bois”, porque tudo tem um momento e você vai aprender mais sobre isso sim (todos precisamos dominar isso de vez). Aliás, se quiser aprender já, vou deixar aqui uma sugestão de aula que eu gravei:
Talvez você me pergunte: Daiany, isso serve para qualquer partitura, de qualquer instrumento? E eu te digo, sim. Todas. A forma da escrita musical é a mesma independente do instrumento. O que muda de um instrumento para outro, na partitura, é a forma de conduzir a técnica. Estude a parte rítmica por células rítmicas. Até a sua performance vai melhorar se você tiver compreendido a parte rítmica claramente.
Espero que você tenha gostado das minhas dicas e que possa ter te ajudado de alguma maneira! E não fique triste se você não aprendeu assim desde o começo da sua caminhada musical. É assim mesmo, nem sempre estamos expostos aos melhores ambientes musicais, mas nunca é tarde para corrigir nossos erros e aprender da maneira correta.
Inclusive, eu fiz uma video aula muito bacana onde dei exemplos na prática de como eu ensino meus alunos a aprender ritmo e até usei algumas partituras para dar um exemplo prático e isso pode te ajudar a entender melhor tudo o que eu escrevi para você. Vou deixar aqui o link se você quiser assistir tá? Depois me conta o que achou, muita música pra você!