Olá! Tudo bem com você?
Estou chegando aqui hoje pra gente conversar sobre um assunto polêmico: estudar todo dia, e não ficar bom na música! Pois é! Acontece e muito. Aliás, você se identifica com esse padrão? Também sente que está “dando murro em ponta de faca”, e não sai do lugar, mesmo sendo mega esforçado(a) e praticando todo dia? Ou seja, você também acredita na história do tal “dom pra música”?
Pois se a sua resposta foi “sim”, saiba que existe um problema aí que você ainda não se deu conta: não adianta estudar todo dia, se estiver fazendo deste estudo apenas um “picar cartão”. O que significa isso, Daiany?
Muitas pessoas estudam desta forma. Se organizam, se disciplinam, e cumprem diariamente esse horário de estudo. Mas a questão principal que nem sempre refletem é: houve critérios inteligentes e estratégicos que orientaram esse estudo? Cada música praticada, tinha um ponto muito claro para correção e melhoria? O estudo foi de fato produtivo? As metas de avanço que você tinha foram alcançadas? Em que pontos você melhorou hoje: no ritmo, na sonoridade, na afinação, no ouvido, na interpretação, na técnica, etc.?
Você simplesmente abre seu instrumento e começa a tocar, uma música atrás da outra, ou pensa em todas as questões que listei acima? Quando termina o seu horário de estudo, você planeja e prepara novas metas de correção para o dia seguinte, organizando e anotando seu propósito de avanço de cada música, com clareza, ou simplesmente para e se sente relaxado(a) porque “fez o seu dever de hoje”?
Não é apenas estudar que fará nosso talento se desenvolver, e sim, saber como conduzir este estudo, trocando a repetição no “modo papagaio” (sem consciência), pela repetição direcionada (com metas claras), a fim de gerar prontidão e antecipação. Você precisa ter clareza de quais são as suas metas e o que você realmente quer alcançar com seu estudo diário, de forma a construir seus reflexos e, de fato, evoluir na música, desenvolvendo sua técnica e musicalidade.
Vou te dar um exemplo prático. No meu estudo da música “Fantasia Improviso Op.66 (Chopin)” eu tive problemas na página 4. Estava com dificuldades de executar determinada pauta. E eu não queria ficar repetindo simplesmente até conseguir – até porque estudar dessa maneira nos faz perder tempo. Eu encontrei uma solução para resolver o meu problema e conseguir tocar aquele trecho. Por isso, eu te convido a assistir a aula onde eu falei sobre isso e mostrei essa partitura. Quem sabe a estratégia que me ajudou pode te ajudar também a entender essa nova forma de pensar e conduzir o estudo diário da música, até porque, coisas parecidas podem acontecer com você. É essa aula aqui:
Por fim, lembre-se: no momento em que aparece uma dificuldade na sua frente, analise e descubra o que torna aquilo difícil para você. Saia do instrumento e analise aquela música que está sendo a base do seu estudo (mas é claro que você apenas conseguirá isso, se você tiver nutrido sua habilidade e seu conhecimento musical, porque quanto maior o seu leque de conhecimento musical, menos você se usa da estratégia de ficar repetindo incansavelmente e sem direção). Se afaste do instrumento e use o seu cérebro para conseguir enxergar a solução daquele trecho. Você é capaz de desenvolver estratégias para solucionar o seu problema naquela música e fazer seu estudo fluir.
Comece a partir de hoje a avaliar a qualidade do seu estudo musical. Quanto mais maturidade musical, clareza de metas e objetivos de estudo, mais essa avaliação será natural para você. Porque é assim que você evolui, tendo clareza do que você estudou hoje e o que vai buscar desenvolver e praticar amanhã – e não apenas ficar tocando sem direcionamento, ok?
Espero que nossa conversa de hoje tenha enriquecido a sua bagagem musical, te permitindo adquirir esse importante hábito de refletir sobre o seu estudo musical. Até uma próxima então!