Olá! Como você está? Olha eu de novo por aqui! 

Hoje vou escrever para você sobre como se livrar da dificuldade de fazer um acompanhamento harmônico. Eu não sei se você toca um instrumento harmônico, mas se toca, com certeza já se perguntou: qual é o segredo para conseguir desenvolver um bom acompanhamento, não?

Pois bem. Fazer um acompanhamento harmônico significa fazer “a cama” ou “o chão” para a melodia. Os instrumentos harmônicos fazem os acordes base para a melodia, e esse acompanhamento nem sempre vem escrito na partitura, ou seja, nem sempre está “pronto”. Mas há um caminho para tornar esta prática mais fácil, onde 3 ingredientes são essenciais: você precisa ter sensibilidade, conhecimento musical e domínio técnico do seu instrumento. 

Por que sensibilidade? Porque conhecimento musical não é suficiente. Você não pode olhar apenas para si mesmo, você precisa ouvir todos os músicos, prestar atenção na linha musical de cada um deles, no que cada um está tocando, e buscar a sua forma de contribuir com ideias musicais.

Quando você une conhecimento musical (de harmonia, de contraponto, de frases, de estrutura formal, de técnica, de estética, de gênero musical) com sensibilidade auditiva e criatividade, você consegue fazer o simples se tornar sublime. O menos é mais. E não precisa ser algo estrondosamente lindo, ou absurdamente incrível, porque na simplicidade muitas vezes está a genialidade. 

De modo geral, deve-se construir uma consciência da base rítmica e harmônica que dê sustentação ao canto/melodia, marcando a pulsação e a harmonia. 

Não se trata apenas de pegar os acordes e começar a tocar, porque isso pode trazer  uma poluição sonora. Não é colocar mais e mais notas no meio do grande bolo, é ser mais sutil, criativo e, muitas vezes, simples. E essa sensibilidade vem muito da prática de tocar em grupo. 

É prestar atenção em qual é a levada (o gênero musical) daquele repertório – para que a sua forma de fazer o acompanhamento harmônico, esteja conectado com o balanço da música. Não executar música de uma forma robótica ou padronizada, sair do que está escrito na partitura, usar o seu instrumento para algo a mais ali dentro. É perceber se há momentos interpretativos – onde o ritmo não é sempre fixo, mas sim flexível… acelera, diminui, rallenta… 

Uma dica: No meio do seu estudo musical, inclua um tempo para ouvir. Observe os músicos que você gosta e tente analisar como eles fazem o acompanhamento. Observe também a questão rítmica no acompanhamento deles. Isso vai te dar um leque de referências.

Pensando assim, você sai da sequência robótica… e começa a ser mais criativo, porque o acompanhamento harmônico parte da estrutura dos acordes, das notas do acorde… mas ele pode ser executado de muitas formas diferentes de acordo com o contexto em que estamos: acompanhando um solista, fazendo uma base na banda, ou acompanhando a si próprio enquanto canta a melodia, por exemplo.

É importante persistência, treinar por partes e ir construindo domínio, automatismos. É preciso enxergar a partitura do que se está fazendo. É preciso desenvolver consciência musical para ir acompanhando o que você está tocando. Porque se trata de uma espécie de improvisação. Mas, nada sai do nada. Precisamos ter uma base de estudos musicais que nos direcionam para esta prática, o que inclui:

• Praticar exercícios de técnicos de arpejos, escalas, improviso;
• Estudar harmonia – compreendendo as notas de formação do acorde, porque elas serão sua base melódica;
• Estudar rítmica – pra aprender a executar uma linha rítmica – prendendo-a à um pulso;
• Estudar percepção, para ser capaz de executar, ouvir o que executar e ter consciência exata de como aquilo estaria escrito na partitura da música. 

Se esse assunto desperta mais interesse, eu fiz uma vídeo aula e dei um exemplo prático, onde eu faço um acompanhamento harmônico no piano para a música “Que país é esse?”. Nessa aula também dou mais dicas para você. 

Se quiser saber mais, dá uma olhada lá e depois me diz o que achou tá? Não deixe de me escrever suas dúvidas e sugestões! Muita música para você, até a próxima!