Olá! Como você está? Daiany por aqui mais uma vez!
Hoje estou aqui pra ser direta. Eu quero falar com você sobre 3 mitos que você ouve enquanto está aprendendo música, e quero te ajudar a entender porque eles não fazem sentido. Vamos lá?
Mito número 1: você precisa ter um bom instrumento em mãos para tocar bem.
Algumas pessoas pensam que é melhor investir seu dinheiro em equipamentos e instrumentos melhores. Elas preferem comprar instrumentos do que se capacitarem, ou fazer cursos melhores, especialmente quando se fala em investir seu tempo e seu dinheiro. Ou seja, se for para escolher entre pagar mais caro para ter um excelente instrumento em mãos, ou pagar mais caro para fazer aulas de música, escolhe-se o mais caro do instrumento. E por que? Pela lógica equivocada de que ao investir e pagar, mesmo que com esforço, aquele instrumento, seu caminho na música está progredindo, afinal de contas: instrumento “mais ou menos” é só pra quem ainda está iniciando e não sabe se “a coisa vai vingar”. Quem por outro lado, já está compenetrado na música, agora tem que investir em algo melhor.
Mas essa lógica é perigosa. E sabe por que eu digo isso? De nada adianta você ter o melhor instrumento em suas mãos, da melhor marca, porque esse instrumento não vai tocar sozinho, e se você for um músico mediano, o melhor instrumento na sua mão não vai fazer nada! Claro que você não precisa tocar num instrumento ruim, e é verdade que um bom instrumento te impulsiona. Mas não é isso que garante que de fato você vai tocar pra valer. Porque mesmo um instrumento “mais ou menos” na mão de um bom músico, soa “show de bola”! Mas um instrumento top na mão de um músico mediano vai soar muito aquém do que ele realmente poderia. Entende a diferença? Precisamos direcionar nosso tempo e nosso investimento no que solidifica a nossa base musical, construir seu alicerce, antes de cuidar da cereja do bolo – que é um instrumento cada vez melhor.
Mito 2: É muito difícil estudar música sozinho, sempre vamos precisar da ajuda de um professor.
Nenhum aprendizado na vida funciona assim. Precisamos de um modelo, de um impulsionador, de um direcionador sim – que é o(a) nosso(a) professor(a). E quanto melhor for este nosso modelo, mais chances temos de despontar no que buscamos nos aprimorar. Mas todo aprendizado ultrapassa naturalmente esta fase de dependência do modelo. Somos educados para a caminhada autônoma. Construir uma habilidade pressupõe nosso esforço e dedicação pessoal, justamente porque não é o(a) nosso(a) professor(a) que vai conseguir ensinar nosso corpo a tocar um instrumento. Somos nós, com o nosso esforço, com a nossa dedicação pessoal. Nosso(a) professor(a) direciona, corrige, orienta, mas somos nós que temos o papel central nessa construção musical.
Então, pare de acreditar que se você hoje não pode pagar por aulas de música, não vai conseguir avançar em nada. Você está anulando a importância da sua vontade, e da sua determinação neste processo. E lembre: você não é mais criança. Crianças sim possuem uma grande dependência, porque ainda estão em processo de amadurecimento do raciocínio. Mas você não. Se você tem essa crença interna, é porque seus aprendizados foram, até hoje, muito dependentes. Mas até quando será assim?
Você precisa ter mais independência, e para isso, é preciso que tome as rédeas do seu estudo musical. Busque entender pra valer o que você precisa fazer, e os porquês de cada coisa. Como aquilo funciona, onde usar aquilo, qual a lógica e o princípio musical por trás daquele jeito de tocar, de ler, de realizar aquela técnica na música. Não se satisfaça apenas em ficar repetindo o que o seu professor faz em aula. Questione mais. Você está se preparando para ser o seu próprio professor, no futuro. Pense desta forma. E faça da construção da sua habilidade musical algo muito prazeroso, e muito consciente.
Mito 3: Dá pra aprender só pela prática, não precisa de tanta teoria.
Aí está um grande ponto de confusão. Quem fala isso, na verdade tem preguiça de estudar mais e entender mais. Porque a preguiça nos deixa numa zona de conforto. Mas uma hora ou outra você vai pagar o preço. Você se sentirá amarrado.
E olha, não tem como você assumir sua independência e amadurecer no aprendizado musical se você não entender como cada acorde funciona, ou porque ele está aí, ou como essa melodia foi criada, qual a lógica e o conhecimento que o compositor tinha. Se não souber isso, não vai conseguir improvisar, não vai conseguir fazer uma composição, um arranjo musical… Não vai conseguir tocar músicas mais complexas, mais desafiadoras e mais bonitas… Não vai conseguir tirar músicas de ouvido ou ler partituras com a mesma facilidade. Entende? Você vai ficar sempre no mesmo “feijão com arroz”.
A teoria é parte fundamental do seu processo de amadurecimento e independência musical. Não a teoria pura e conceitual. A teoria totalmente conectada com tudo que você toca ou faz na música. É o pensamento de base, de lógica musical, entende? Não tenha preguiça de ir além, nem se contente com o discurso: “ah, mas não precisa saber disso aqui não”! Quem fala isso, também sentiu preguiça um dia de ir além, e hoje não sabe te explicar. Corra atrás das respostas. Você é o responsável pelo seu dom na música. Ele não é gratuito, muito menos nato. Ele é fruto da sua vontade, da sua garra, da sua determinação em ir além, sempre. Lembre disso.
Espero que você tenha gostado do que falamos hoje, que reflita bastante, e que se determine a reaver alguns comportamentos. Isso é o que realmente fará diferença na sua vida musical.
Até uma próxima.
